quinta-feira, 22 de novembro de 2012

muito de quase nada



Pensamentos descritos razoavelmente para que servem? Feliz dos poucos que não se deram conta do quão depressa as coisas se movimentam. Estamos sentados, paralisados. E o mundo está girando, a todo vapor. Assistimos a passagem da vida em alta frequência. E nos dizem que estamos desfrutando da realidade em alta definição. Quanto mais real se torna aquilo que está sendo representado a nossa frente, mais fajuta se torna a nossa vida, ao ponto, de existir mais valor no que se vê do que no que se vive. Estamos observando o tempo consumir as coisas. Não há tempo para estar consigo mesmo, quem dera com os outros. Estar atualizado demanda atenção. Aliás, já não há ninguém com déficit de atenção não é verdade? As luzes se acendem e as relações pessoais se tornaram virtuais. Virtual, por definição é algo que ainda não se realizou. Assim, estamos de passagem e tudo que tentamos preencher, as amizades, os encontros, os lugares, as intenções, ainda não se realizaram. E vamos seguindo no mundo do faz de conta. Atualmente é preciso enganar-se a si mesmo. Que temos um emprego maravilhoso, que amamos a nossa família, que a vida é perfeita. Tentamos nos convencer de estar fazendo parte de um sonho comum. Inventado. Por trás do véu invisível do ser virtual existem pessoas frágeis, imaturas, insensíveis, ignorantes. Fazem de conta que as coisas não existem. Que o mundo e as pessoas não existem. Assim se tornam descartáveis. Como se diz, existimos sempre que haja lembrança. Lembrança se constrói, vivendo. Compartilhando o tempo frente a frente, olho no olho.
Estamos muito atarefados, ocupados. Quem dera sentar e pensar em algo, em qualquer coisa. O tempo ruge. Não há arrependimento de viver. Mais sim de deixar a vida passar. Vale a pena parar. Pensar se o que estamos fazendo realmente faz sentido. Parece não haver muito sentido em lutar muito por tão pouco. O sucesso não vem necessariamente no mesmo caminho daqueles que já chegaram ao cume. O segredo está em descobrir um novo caminho. Pensar algo novo, que tenha sentido para muitos. Então, se as pessoas tem dificuldade em entender-nos, acredito que estamos no caminho equivocado.
Os dias passam. Em anos superamos prazos, medidas, cotas, valores, metas, pessoas. Não superamos desafios intelectuais. Somos sempre a mesma pessoa em essência. Não digamos profissionalmente, economicamente. À medida que nos credenciamos mais na nossa área, somos mais ignorantes em tudo. Deixamos de aprender, de descobrir de criar. Parece que as pessoas aprendem tantas coisas novas nos seus primeiros anos, línguas, instrumentos, métodos de expressão, atividades físicas. E depois passamos o resto da vida tentando ser bom em apenas alguma coisa. Estamos assistindo a vida passar e tentando de todas as maneiras atrofiar o próprio cérebro. Que bom somos conosco.
Os dias são iguais, as pessoas são sempre as mesmas, os lugares, os de sempre. Os anos passam depressa. Não há muitas memórias que recordar, é uma coleção de arquivos iguais. Verdadeiramente é uma sobreposição diária de mesma coisa, enquanto que a memória fica sempre vazia.

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