quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Devaneios a partir da pertinência da arquitetura clássica de Demetri Porphyrios

Por Vinicius Libardoni

Falando em pertinência, inicio este monólogo perguntando-me a respeito da impertinência da “pseudo-arquitetura de papelão”. Somos educados como modernistas, embora a discussão acerca da arquitetura moderna já tenha se esgotado, pelo menos, na minha paciência.
Deste modo, “habituamo-nos a pensar que nossa contribuição está contida exclusivamente no que é diferente. Por isso, geralmente nos inclinamos a valorizar questões estilísticas de menor importância”. Se a verdadeira contribuição do arquiteto está no que se escolhe como referência, quem irá nos ensinar que tomar algo emprestado está tão distante de incorporar, de maneira pictórica (se não como paródia ou anacronismo deliberado), pequenas partes daquelas questões estilísticas de menor importância?
É preciso entender a arquitetura a partir de uma consciência construtiva. Então, porque discutir a pertinência da arquitetura moderna se aqueles edifícios são sim, arquitetura. E se a contribuição está nas referências que se tomam para si, há de perceber que existe razão direta com o feito realizado pela obra, qual, nos apropriamos. E parece-me evidente que, as boas referências, persistem as mesmas.
O grande desastre, por assim dizer, sinceramente, está nesta escola medíocre que frequentamos sem escola, ou melhor, sem escolha. Há a doce ilusão de formar gênios. Na verdade, formamos milhares de profissionais medíocres. Se a ética mercantil baseia-se na pretensão de que toda obra de arte é uma invenção singular, e que buscamos em um resíduo de originalidade a prova de talento, neste caso, poderia dizer: a arquitetura é muito mais uma profissão que arte.
“A arquitetura não tem nada que ver com a “mania de novidade” ou com sofismas intelectuais. A arquitetura não tem relação alguma com a transgressão, o enfado ou a paródia. A arquitetura tem que ver com decisões a respeito do que é bom, decente, correto. É menos um dom que uma tarefa permanente de ajustamento às contingências do presente”.
São só aplausos para um bom texto, que incita em nós, o desejo de transformar a dura realidade.

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